Há tempos não lia um livro que mexesse tanto comigo e me surpreendesse quanto A festa é Minha e eu Choro se eu Quiser romance de estreia de Maria Clara Drummond, publicado pela Editora Guarda-Chuva. Confesso que fiquei em dúvida ao escolher esse titulo em meio a tantas publicações extremamente chamativas da editora, mas com uma rápida busca no Google soube que esse seria o livro, e não poderia ter escolhido melhor, surpreendentemente profundo e completo em tão poucas páginas. Um livro que precisa ser lido, apreciado, refletido!
Sinopse:
Davi, o narrador do livro de estréia da jornalista carioca Maria Clara Drummond, sabe exatamente o que está atraindo para sua vida quando aceita uma proposta de emprego irrecusável e se muda do Rio de Janeiro para São Paulo. À medida que sua carreira deslancha, a angústia e as incertezas aumentam.
Sua necessidade de estar dentro da cena e fora dela, de querer participar do universo glamouroso que sua fama recém adquirida lhe proporciona, ao mesmo tempo que despreza o mundo de festas e drogas, e sua dualidade diante do futuro tornam Davi um narrador cativante. Indo além da crise existencial dos vinte e poucos anos, em meio a anti-depressivos, vernissages e bebedeiras, Davi está ciente do processo pelo qual passa, levando também o leitor para dentro dessa jornada.
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| Essa contra-capa precisa ser lida! |
Maria Clara Drumond não poderia ter começado melhor, espero outros romances da mesma qualidade, com esse livro creio que ela se lançou já se consolidou como uma escritora, a literatura nacional precisa de mais escritores assim! E a Editora Guarda-Chuva está de parabéns pelo projeto editorial, a qualidade do livro é altíssima, a diagramação perfeita, desde a capa linda e provocadora, passando pelas divisões de capitulo até a forma inovadora da apresentação do texto, não sei se a ideia foi da escritora ou da editora, mas adorei o diferencial. Realmente o projeto gráfico fez toda a diferença!
Quotes:
“Quanto mais você se aproxima de ser um adulto bem sucedido mais você se afasta da felicidade.”
"...sua suposta felicidade, que na verdade já deixou de ser felicidade há muito tempo, lá na sua primeira conquista, e agora é só um turbilhão de acontecimentos instagramados que vão se multiplicando, porque você sabe que se parar por um minuto você não volta do seu buraco interno jamais.”
"(...) Chega uma hora que você se preocupa mais em aparentar ser feliz do que em ser feliz de verdade, porque você se acha tão merda que o que você é de verdade não importa muito."
" Este apego irracional a um suposto sucesso que eu bem sei que na verdade não existe. E aí isso, chego em casa e vejo que as coisas não são bem assim e deprimo. Deito na cama, abro o laptop e na internet vejo a minha fotografia numa festa qualquer, com um cigarro e uma long neck, conversando com uma menina linda, e aí a tela escurece e vejo meu rosto refletido, abatido, cansado e transparente."
