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Devaneios da Lila

Meus doces e nĂ£o tĂ£o doces devaneios!

Por Ingrid

"As cinco pessoas que vocĂª encontra no cĂ©u" foi adquirido em um sebo online que nĂ£o me pediu indicaĂ§Ă£o nenhuma, mas estou fazendo isso porque a Fabi foi super gentil comigo e chegou impecavelmente. Instagram @livros.usados.br 

Do mesmo autor de "O primeiro telefonema do cĂ©u", jĂ¡ resenhado no blog, temos de volta uma obra com uma escrita jovial e objetiva. O que eu mais gostei nesses dois livros do autor Ă© que a histĂ³ria Ă© bem desenvolvida em poucas pĂ¡ginas. Ele nos apresenta o problema aparentemente sem soluĂ§Ă£o (quando nĂ£o difĂ­cil de compreender), o desenvolve durante o enredo e o encaixa no final com a soluĂ§Ă£o. Fora isso, temos o crescimento das personagens na obra.
Verdadeiramente sĂ³ tenho elogios para a escrito do Mitch Albom e continuo querendo ler os outros livros dele.

Nessa obra somos apresentados a histĂ³ria de Eddie, um ex-veterano de guerra, que jĂ¡ velho, aos 83 anos, trabalha em um parque de diversões como mecĂ¢nico. Conhecido por todos como o cara da manutenĂ§Ă£o.
Começamos o livro sabendo de minutos antes da morte de Eddie. E ao decorrer da histĂ³ria somos surpreendidos como essas cinco pessoas que ele encontra no cĂ©u, sĂ£o pessoas que precisam terminar os seus assuntos inacabados com o Eddie, a fim de ir para o cĂ©u. UĂ©, mas eles nĂ£o estavam jĂ¡ no cĂ©u? Basicamente todas essas pessoas estavam em uma parte do cĂ©u para resolverem seus problemas que ficaram pendentes na Terra.

"Pode parecer estranho uma histĂ³ria começar pelo fim. Mas todos os fins sĂ£o tambĂ©m começos. Embora quando acontecem, nĂ£o saibamos disso."

O que me fisgou desde o começo, foi como o cara da manutenĂ§Ă£o levava a vida dele monotonamente antes de morrer. Obviamente nĂ£o o culpo. VocĂª (e eu) estamos aqui seguindo nossa rotina, muitas vezes nos estressando quando ela sai dos trilhos, sem perceber que daqui a um minuto ela pode acabar. É aquele clichĂª bĂ¡sico que devemos aproveitar o dia de hoje como se fosse o Ăºltimo da nossa vida, mas infelizmente nĂ£o fazemos isso.
Por vezes a gente acha que Ă© totalmente insignificante, mas a verdade Ă© que todo mundo Ă© importante pra alguĂ©m. Como o tio do Mitch Albom que foi o responsĂ¡vel pela criaĂ§Ă£o dessa obra, quando ele se foi. 

"Pessoas que se consideram insignificantes na Terra - percebam, finalmente, o quanto foram importantes e queridas."

NĂ£o sĂ³ nesse momento, mas sempre que leio algo do autor eu aprendo um pouco mais sobre a fragilidade da vida; como precisamos sim uns dos outros.

"Que nĂ£o existe nada por acaso. Que estamos todos ligados. Que nĂ£o se pode separar uma vida da outra, assim como nĂ£o se separa a brisa do vento."

" - Meu enterro - disse o Homem Azul. - Veja as pessoas. Algumas nem me conheciam direito, mas vieram mesmo assim. Por quĂª? VocĂª jĂ¡ pensou nisto alguma vez? Por que as pessoas se reĂºnem quando outra morre? Por que elas sentem que devem fazĂª-lo? É porque o espĂ­rito humano sabe, lĂ¡ no fundo, que todas as vidas se entrecruzam. Que a morte nĂ£o leva uma pessoa simplesmente, ela tambĂ©m deixa de levar uma outra, e na pequena distĂ¢ncia que hĂ¡ entre ser levado e ser deixado as vidas se modificam."

"VocĂª chama de estranhos as pessoas que ainda vai conhecer."



PS: Essa obra foi gravada e agora temos o filme disponĂ­vel no youtube. NĂ£o sei se verei, mas fica a dica.
PS2: Eu tenho o costume de nĂ£o ver os filmes dos livros que leio e gosto bastante.

Sinopse: 'As Cinco Pessoas que VocĂª Encontra no CĂ©u' conta a histĂ³ria de Eddie, o mecĂ¢nico de um parque de diversões que morre no dia de seu aniversĂ¡rio de 83 anos, tentando salvar uma garotinha. Imerso numa rotina de trabalho e solidĂ£o, ele passou a vida se considerando um fracassado. Ao acordar no cĂ©u, encontra cinco personagens inesperados que lhe mostram como ele foi importante. Este livro Ă© para cada um de nĂ³s, pois freqĂ¼entemente nos sentimos frustrados e inĂºteis - assim como Eddie - por nĂ£o termos realizado nossos sonhos. Ele nos faz lembrar que vivemos numa ampla teia de ligações e que temos o poder de mudar o destino dos outros com um pequeno gesto. Mitch Albom nos dĂ¡ mais uma vez uma grande liĂ§Ă£o sobre a importĂ¢ncia da lealdade e do amor em nossas vidas.
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Por Ingrid

NĂ£o sei se consigo desvincular fĂ© de um texto religioso e essa pode ser apenas uma tentativa.
A verdade Ă© que eu sempre fui uma pessoa de fĂ© e acho engraçado esse sentimento sĂ³ me vir como inspiraĂ§Ă£o hoje. Mesmo assim, vamos tentar falar um pouco sobre.

Primeiramente, conhecemos diversas pessoas que exemplificam o que Ă© fĂ©; "a certeza daquilo que nĂ£o podemos ver" de acordo com a BĂ­blia, no plano cientĂ­fico fĂ© Ă© algo entre a dĂºvida e a certeza. Para mim, fĂ© Ă© aquilo que nos move a um futuro melhor. FĂ© Ă© aquilo que temos como combustĂ­vel para a realizaĂ§Ă£o de nossos sonhos, grandes ou pequenos, nĂ£o importa. O importante Ă© que com isso nĂ£o desistimos. FĂ© Ă© a certeza que se lutarmos bastante seremos reconhecidos em nossa profissĂ£o. FĂ© Ă© quando todo mundo diz para desistirmos, mas mesmo assim vocĂª nĂ£o abaixa a cabeça.
Como no caso da banda Beatles que escutou de uma gravadora que a sua mĂºsica nĂ£o agradaria, principalmente pelo uso de guitarras que jĂ¡ estaria em declĂ­nio. Bem, sĂ³ podemos agradecer porque eles tiveram fĂ©; tentaram novamente.

E daĂ­ se eles primeiro receberam o nĂ£o? Qual o problema de demorar mais um pouco? Quem Ă© que estĂ¡ contando esse tempo? Ele vai te adiantar em que? Stephen King teve seu primeiro livro recusado por 30 editoras e agora ele estĂ¡ aĂ­, eles (livros) estĂ£o para preencher as prateleiras de muita gente que dia a dia se encanta com ele. Walt Disney jĂ¡ pulou de jornal em jornal porque nĂ£o parava em emprego algum, sendo que alguns destes o chamavam de sem criatividade. Henry Ford (exemplo de perseverança) foi a falĂªncia 5 vezes. Para uns, a Beyonce deveria parar de cantar, pois nĂ£o sabia nada de mĂºsica. Oprah jĂ¡ foi rejeitado por redes de televisĂ£o que acreditavam que ela era imprĂ³pria.

NĂ£o sei o que vocĂª estĂ¡ fazendo nesse momento, mas se vocĂª tem um sonho, nĂ£o deixe de tentar. NĂ£o deixe de ter fĂ©.

Via Weheartit

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Por Ingrid

ImpossĂ­vel nĂ£o se deixar levar pelas crĂ´nicas da Martha Medeiros. Em qualquer fase da sua vida vocĂª serĂ¡ pego rindo e identificando-se com elas.
SĂ£o pĂ¡ginas devoradas e amor em cada uma delas. Sem muitos dramas... "Muito estranho. NĂ£o estamos acostumados com essa escassez de drama, ao menos nĂ£o aqui, abaixo da linha do Equador, onde vivemos tudo entre lĂ¡grimas e sangue, amores e Ă³dios lĂ­quidos."

Martha, poeta, cronista e romancista, ainda Ă© formada em comunicaĂ§Ă£o social pela PUC. É, essa mulher me inspira.
"É preciso saber esperar, do contrĂ¡rio a gente se atrapalha e sĂ³ reforça a misĂ©ria existencial que preenche as madrugadas. Basta de tanta gente evitando pensar, evitando chorar, evitando olhar para dentro de si mesmo, sorrindo de um jeito tĂ£o triste que sĂ³ faz demorar ainda mais o reencontro com o sorriso verdadeiro - aquela aguardando a hora certa de voltar."

EdiĂ§Ă£o da LPM e apesar de sem orelhas, nĂ£o Ă© versĂ£o econĂ´mica. As pĂ¡ginas amarelas que tanto amo juntas a essa capa simples como deve ser, tornam a obra bonita de se ler. 
Em 80 crĂ´nicas, a autora nos mostra como enxergar a graça da coisa na vida, como tambĂ©m enxergar e perceber o que seria ser simples e sorrir com o Ă³bvio. (Ainda na temĂ¡tica do meu livro preferido dela, o "Feliz por nada" que jĂ¡ tem resenha).

"Estava lendo o divertido e charmoso É tudo tĂ£o simples, de Danuza LeĂ£o, quando uma senhora chegou perto, com ar de desprezo, e disse: 'nĂ£o te imaginava lendo autoajuda.' Pensei em responder que Kafka e TchĂ©khov tambĂ©m sĂ£o autoajuda: dos eruditos aos passatempos, todo livro escrito com honestidade ajuda."


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Por Ingrid

Entender o outro Ă© uma tarefa Ă¡rdua e precisa ser feita diariamente. Claro, vocĂª tem o direito de nĂ£o fazĂª-la, mas tambĂ©m terĂ¡ que sofrer consequĂªncias que nĂ£o precisaria caso pensasse antes de gritar e se aborrecer com o outro.
TambĂ©m entendo que discutir com pessoas de mente fechada Ă© um tanto quanto cansativo. Desperdiçar seu tempo com quem acredita que Ă© melhor que o outro ou que o outro nĂ£o sofre nada, aparentemente Ă© pedir para se aborrecer. 

Sem dĂºvida alguma, Ă© mais prĂ¡tico sofrer porque o outro nĂ£o estĂ¡ lhe dando a devida atenĂ§Ă£o ao invĂ©s de entender que ele pode estar ocupado com projeto de benefĂ­cios pessoais. É mais viĂ¡vel se chatear com a aparente falta de cuidado do outro, ao invĂ©s de procurar saber o motivo de seu relaxamento (Ă s vezes o relaxado nem sabe que estĂ¡ sendo assim). É mais interessante colocar a culpa no outro e nĂ£o se colocar no lugar dele quando este perde seu emprego, acaba um relacionamento ou estĂ¡ infeliz na sua carreira de faculdade.

Entender as relações humanas Ă© sim, complicado, e nĂ£o sejamos hipĂ³critas Ă© uma tarefa demorada pra mim tambĂ©m. PorĂ©m precisamos entender que somos seres em constante mudança, resultado de escolhas e fracassos, e exatamente por isso perceber que o que o outro queria hĂ¡ uma semana atrĂ¡s pode ter mudado. Como acontece com vocĂª e comigo.

NĂ£o Ă© errado trocar a rota que queria fazer, mudar de gosto ou de opiniĂ£o literĂ¡ria. VocĂª estĂ¡ entendendo que a vida Ă© dinĂ¢mica e que Ă© normal se adaptar. Normal nĂ£o, Ă© necessĂ¡rio. 
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Por Ingrid

"Ă€s vezes hĂ¡ tanta beleza no mundo."

Beleza Americana mostra-se um filme clĂ¡ssico contemporĂ¢neo desde o começo. A começar pelo nome do filme "American Beauty" que Ă© o mesmo nome das rosas dos EUA artificiais, esteticamente perfeitas, sem espinhos e puramente decorativas; nĂ£o aparentam uma verdadeira beleza e sim uma aparĂªncia, como as pessoas que convivemos nesse sĂ©culo.
As rosas sĂ£o presentes nos sonhos de Lester, na decoraĂ§Ă£o e no cenĂ¡rio por completo.

Dirigido por Sam Mendes (diretor de Skyfall) o filme conta a histĂ³ria de Lester (Kevin Spacey) e Carolyn (Annette Bening) e um casamento que nĂ£o estava indo pra frente, pelo contrĂ¡rio, logo nas primeiras cenas vocĂª jĂ¡ percebe uma infelicidade. Eles sĂ£o pais de Jane (Thora Birch), uma jovem que precisa se manter sĂ£ perto da loucura dos pais.
Carolyn nĂ£o aceita mais o emprego que tem, Lester encontra-se em uma crise de meia idade, Jane nĂ£o tem resquĂ­cios da personalidade dos pais e essa famĂ­lia tem como vizinho a famĂ­lia de Ricky (Wes Bentley) um jovem que gasta boa parte do seu tempo gravando seus vizinhos e seu pai um coronel que alĂ©m de neurĂ³tico, vive em negaĂ§Ă£o ao que acredita como o Ricky diz.

A genialidade da histĂ³ria Ă© criada pelas personagens. Jovens com raiva, homem desejando uma adolescente perfeita, uma mulher rude e um gay que nĂ£o se vĂª pronto a se declarar ou se assumir, como assim preferir.
Podemos citar aqui o existencialismo (jĂ¡ citado na resenha de "o show de Truman") ao falar da vida moderna. Como tambĂ©m podemos falar de como o filme Ă© feito a base de referĂªncias, por exemplo, a casa em que a famĂ­lia vive Ă© algo perfeito, alinhado e bem decorado, diferentemente da vida deles, para mostrar uma coisa que eles nĂ£o sĂ£o.

Sendo assim fica aqui minha indicaĂ§Ă£o. Beleza Americana Ă© um clĂ¡ssico.

"Foi quando entendi que havia essa vida toda por trĂ¡s das coisas, e essa incrĂ­vel força benevolente, que dizia pra eu nĂ£o ter medo.
As vezes eu sinto que hĂ¡ tanta beleza no mundo, e eu nĂ£o posso resistir.
E meu coraĂ§Ă£o parece que vai sucumbir".
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Por Ingrid

Thalita Rebouças (novamente presente nas minhas leituras esse ano) nos presenteou com suas 189 pĂ¡ginas de um romance puro estilo "Little Manhattan". Aquelas leituras leves para serem feitas na correria do dia a dia. Ou tambĂ©m aquele livro que vocĂª dĂ¡ para a sobrinha/filha que estĂ¡ começando a ler os romances por aĂ­ publicados.

Sinopse: Em seu primeiro livro a ter um menino como protagonista, Thalita Rebouças mostra a mesma sensibilidade e bom humor para captar o universo adolescente masculino quanto revela em relaĂ§Ă£o ao mundo das meninas. FenĂ´meno da literatura teen com 10 tĂ­tulos publicados e mais de 800 mil exemplares vendidos, a autora de Fala sĂ©rio, mĂ£e! , Tudo por um namorado e Uma fada veio me visitar, entre outros sucessos, lança agora o divertido Ela disse, ele disse. Com tiragem inicial de 30 mil exemplares, o livro chega Ă s lojas pelo selo Rocco Jovens Leitores.

Alternando as vozes de Rosa e Leo, ambos adolescentes de 14 anos novos no mesmo colĂ©gio, Ela disse, ele disse Ă© um divertido romance que mostra como meninos e meninas podem sentir as mesmas coisas, mas pensar e agir de modo muito diferente. Por muito pouco, a timidez de um pode virar antipatia na cabeça do outro; por outro lado, uma reaĂ§Ă£o mais alegre e espontĂ¢nea corre o risco de ser interpretada como “mole” pelo sexo oposto. NĂ£o Ă© Ă  toa que, do alto dos seus 14 anos, Rosa conclui que “garotos sĂ£o feitos de outro tipo de massinha”

NĂ£o vi problemas entre criar um romance entre dois alunos novos de uma escola nova mesmo com pouca idade e em tĂ£o poucas pĂ¡ginas, mas me irritei com a criaĂ§Ă£o de uma personagem de dez anos de idade (afilhada da mĂ£e do Leo) que falava como criança mais velha dando conselhos. NĂ£o que a personagem fosse mal construĂ­da, porque de fato nĂ£o foi, ela tinha personalidade. PorĂ©m nĂ£o consegui levar a sĂ©rio. Como se esta personagem fosse responsĂ¡vel para eu tirar uma estrela do livro.

É verdade que a autora coloca gĂ­rias cariocas no meio de seus textos, uso uma linguagem coloquial em diversas partes, todavia isso nĂ£o me faz querer deixar o livro e sim me faz querer ler mais sobre uns bairros do Rio os quais sou fĂ£.

NĂ£o li todos os livros da Thalita e esse tambĂ©m nĂ£o seria o melhor dela. Mas tenho certeza que vale a pena se levar por essa histĂ³ria no meio da sua rotina. Vai fazer com que vocĂª olhe a vida com outros olhos.
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Por Ingrid

Meu primeiro (e infelizmente) Ăºnico contato com a histĂ³ria de Jorge Amado foi atravĂ©s do filme dirigido por CecĂ­lia Amado, neta do autor.
E definitivamente temos uma obra cativante. A começar pela fotografia bem feita e trilhas sonoras dignas do nosso paĂ­s. A trilha sonora foi bem escolhida, elaborada pelo baiano Carlinhos Brown.


Logo nas primeiras cenas somos regados a um sotaque baiano e a histĂ³rias de meninos que vivem em trapiches na dĂ©cada de 1930. Estes com dialetos prĂ³prios e estilo de viver nĂ£o tĂ£o atĂ­pico do que vemos atualmente.AliĂ¡s, esse Ă© um dos filmes que entram para a lista "filmes que as pessoas deveriam assistir para vermos que nĂ£o avançamos em nada com a sociedade". Pois bem, os personagens vivem realidades difĂ­ceis e por isso, mesmo tĂ£o jovens, conseguem demonstrar uma maturidade moldada nas ruas e uma ingenuidade natural.

Apenas um dos meninos sabia ler e escrever e por isso era chamado entre eles de "professor" (RobĂ©rio Lima). O professor que encontrou Dora (Ana Graciela) e seu irmĂ£o na rua e os chamou para viverem juntos, com os outros meninos, no trapiche. Dora foi com a cara e a coragem, pois jĂ¡ tinha perdido sua mĂ£e e nĂ£o iria perder seu irmĂ£o. Precisava dar pelo menos um lar a ele. 
Gostaria de frisar que ela nĂ£o foi bem aceita logo de cara, pois os meninos queriam vĂª-la como um objeto a ser utilizado e nĂ£o como uma menina que precisava tambĂ©m de uma casa. Um doce menina, aliĂ¡s. Durante toda a narrativa acompanhamos um crescimento da Dora bonito de se acompanhar. 


E mesmo a pequena Dora sendo hostilizada quando conheceu os meninos, logo ela se tornou amiga do lĂ­der Pedro Bala (Jean Luis Amorim) e do tambĂ©m personagem principal, Boa Vida (Jordan Mateus). 

Com efeito, a diretora teve a sensibilidade de criar personagens e pessoas. As crianças escolhidas aos papĂ©is tambĂ©m sofreram aos maus-tratos na vida real. Algumas delas foram escolhidas das ONGs que fazem um trabalho especial nas comunidades de Salvador. Como no caso do Raimundo, o baiano charmoso de corpo definido. 

Definitivamente esse Ă© mais do que um filme. Como dito pela CecĂ­lia Amado "A obra ainda Ă© essencial. EstĂ¡ certo que, hoje, as ruas sĂ£o muito mais violentas. O consumo de crack em Salvador Ă© terrĂ­vel. Mas os menores de idade vĂ£o para as ruas pelos mesmos motivos de antes: uma famĂ­lia desestruturada e condições de moradia degradantes"
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VocĂª nĂ£o precisa dizer repetidas vezes que me quer ao seu lado, mas eu amo quando vocĂª diz.
VocĂª nĂ£o precisa dizer que nossa conversa Ă© produtiva, mas eu sorrio ao saber disso.
VocĂª nĂ£o precisa lembrar a distĂ¢ncia que estamos um do outro, mas mesmo quando fico triste ao saber disso, me alegro ao saber que mesmo distante lembra de mim.
VocĂª nĂ£o precisa dizer que age como um trouxa, mas quando diz eu sinto que nĂ£o sou a Ăºnica.
VocĂª nĂ£o precisa informar que nĂ£o sabe agir com indiretas, principalmente porque o que mais quero Ă© ser direta com vocĂª.
Ah e vocĂª, obrigada.
Ingrid Faria

Foto via WeHeartIt
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Por Ingrid Faria

Os sonhos sĂ£o os responsĂ¡veis por unir pessoas de etnias, faixa etĂ¡ria e gĂªnero diferentes. Quem nĂ£o tem um sonho pra chamar de seu? Aquilo que faz vocĂª levantar todo dia de manhĂ£?
Sonho Ă© aquilo que te engaja a ser melhor, a lutar em qualquer circunstĂ¢ncia. E se vocĂª nĂ£o estĂ¡ preparado para suar... bem, esse nĂ£o Ă© seu sonho.

Seu sonho pode ser louco para muita gente. Dependo do que seja, as pessoas ainda podem pensar que vocĂª Ă© a personificaĂ§Ă£o da utopia. PorĂ©m, vocĂª nĂ£o deve se deixar levar por quem nĂ£o se permite viver o que deseja ou atĂ© mesmo pagar pelo que sonha.
Tudo aquilo que vem com esforço Ă© mais gostoso de ter, seja uma carreira profissional ou um evento importante que foi concretizado. Nada como um frio na barriga e uma adrenalina correndo nas veias. 

Quando lutamos por um sonho, mostramos que estamos dispostos a ser felizes. E nĂ£o, nĂ£o serĂ¡ fĂ¡cil, contudo entre semear o fĂ¡cil e colher o que nĂ£o me satisfaz, Ă© preciso pensar um pouco e demorar a semear a fim de colher o que vai nos trazer conforto. 
Todavia isto tambĂ©m nĂ£o quer dizer que alcançaremos um sonho e a luta acaba. Ter um sonho atrĂ¡s do outro Ă© ter a certeza que vocĂª estĂ¡ aproveitando a vida e diariamente busca um motivo novo pra sorrir. 
EntĂ£o nĂ£o importa quantos vocĂª sonhos possuĂ­, vai valer a pena cada lĂ¡grima derramada.

Via Facebook

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Como eu colocaria em palavras o amor que tenho por vocĂª? 
Esteve comigo antes de eu saber dizer "vovĂ³", fazia meu leite de manhĂ£ e me deixava dormir na sua cama. Brigava comigo sem eu nem saber o porquĂª, mas me cuidou e ainda cuida com todo o amor que cabe aĂ­. Se ser avĂ³ Ă© ser mĂ£e duas vezes, eu senti esse amor dobrado.

VocĂª nĂ£o Ă© uma avĂ³ daquelas que ficam sentadas na varanda fazendo tricĂ´, vocĂª Ă© daquelas que começam a quebrar paredes de repente pra fazer uma varanda. VocĂª Ă© totalmente o oposto da avĂ´ que eu imaginava que teria um dia. Mas ser quem vocĂª Ă© me faz te amar tanto!

Eu amo chegar em casa te abraçar e te ouvir brigar porque eu demorei. Amo quando vocĂª conta que cuidou de mim a vida toda. Amo saber que tenho vocĂª! 

Enquanto escrevo me dĂ¡ um nĂ³ na garganta e os olhos enchem de lĂ¡grimas sĂ³ porque nĂ£o sou capaz de dizer o quanto eu te amo, mas sempre que meu avĂ´ me perguntar de quem eu sou eu vou dizer que sou da minha mĂ£e, da minha avĂ´ e do meu avĂ´. VocĂª me mostrou que a gente nĂ£o precisa dizer que ama, sĂ³ precisa amar, e vocĂª me ama tanto que nĂ£o tive outro caminho pra aprender se nĂ£o o do amor.

Agora vocĂª jĂ¡ tem 77 anos, tanta histĂ³ria pra contar que as vezes se esquece, e a gente ri, mas dĂ³i quando vocĂª nĂ£o lembra. DĂ³i pensar que algum dia vocĂª pode esquecer nossas histĂ³rias, e quantas vezes nĂ³s acordamos com a macaca assobiando*. E se vocĂª se esquecer que me viu crescer e que quem eu sou tem muito de vocĂª?

Mesmo que vocĂª se esqueça, mesmo que meu rosto jĂ¡ nĂ£o tenha nenhum significado, mesmo que em sua cabeça todas nossas histĂ³rias se apaguem eu vou lembrar. Vou lembrar que vocĂª nunca me julgou, mesmo quando era Ă³bvio que eu estava fazendo besteira, vou lembrar de quando chegava em casa e tinha fritado batata pra mim, sĂ³ pra em silĂªncio dizer que me ama, e nunca vou me esquecer do quanto brigou comigo quando eu disse que nĂ£o me amava mais porque nĂ£o ia me levar pra viajar.

VĂ³ eu sempre vou lembrar que o teu amor Ă© o meu melhor abraço.
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Por Ingrid Faria

"Dona Thalita, vocĂª precisava mesmo fazer uma obra com um tĂ­tulo tĂ£o grande? Tudo bem, eu deixo passar porque eu gostei bastante da personagem criada por vocĂª."

Primeiramente, preciso dizer que nĂ£o acredito que esse livro vĂ¡ agradar a todas as faixas etĂ¡rias, contudo Ă© necessĂ¡rio reforçar que as adolescentes em geral precisam ler esse livro. A Thalita Rebouuças conseguiu criar uma personagem, TetĂª (na verdade o nome dela Ă© Teanira e sĂ³ por isso a gente jĂ¡ sente o drama da histĂ³ria), tĂ£o nova e tĂ£o identificĂ¡vel. NĂ£o faz diferença quem vocĂª foi na escola, vocĂª vai se identificar.

Sinopse do livro: TetĂª acaba de se mudar com a famĂ­lia toda para Copacabana, no Rio de Janeiro, para a casa dos avĂ³s. O lindo e espaçoso apartamento da Barra da Tijuca em que morava teve que ser vendido, pois com a crise o pai foi demitido, e o resultado Ă© que a vida dela virou de cabeça para baixo. AlĂ©m de perder a privacidade, tendo que dividir o espaço com cinco parentes malucos que brigam o tempo todo, ela perdeu todas as suas referĂªncias. A Ăºnica coisa que a deixa feliz Ă© cozinhar. E, claro, comer as delĂ­cias que faz. 
O lado bom foi se livrar do antigo colĂ©gio, no qual sofria bullying por causa de seu jeito peculiar. Sem contar sua desilusĂ£o amorosa... O problema Ă© que ela estĂ¡ apavorada, porque agora tudo serĂ¡ novo e estranho, com o ensino mĂ©dio, com a nova escola, e sem conhecer ninguĂ©m. E morre de medo de ser excluĂ­da ou de sofrer bullying novamente. Ela estĂ¡ bem mal, para dizer a verdade. Ou talvez seja um pouco de drama, porque jĂ¡ no primeiro dia as coisas parecem ser um pouco diferentes... Pelo jeito, tudo vai mudar, e para melhor.
É uma histĂ³ria clichĂª? Talvez. PorĂ©m, Ă© uma histĂ³ria bem escrita, entĂ£o por mais que vocĂª diga que jĂ¡ leu esse assunto repetidas vezes... Seria bom ler de novo. A autora jĂ¡ tem mais de 2 milhões de livros lidos e pra quem jĂ¡ leu os outros, jĂ¡ sabe: esse foi o melhor. Fora o fato que foi uma leitura surpresa pra mim. Eu li emprestado da minha prima (beijos Ju) e nĂ£o imaginava que eu ia acabar gostando tanto; me identificando.
Nessa histĂ³ria temos uma menina dramĂ¡tica chamada Teanira, mas que prefere ser chamada de TetĂª, obviamente, que precisa se mudar com seus pais para a casa de seus avĂ³s porque seu pai tinha perdido o emprego devido a uma crise econĂ´mica. Ou seja, tchau Barra da Tijuca e olĂ¡ Copacabana. A princĂ­pio um desespero misturado com tristeza, como tambĂ©m uma pontada de alĂ­vio de conseguir se livrar da antiga escola que sofria bullying para uma nova vida escolar. Ao chegar lĂ¡, TetĂª jĂ¡ vĂª que as coisas podem mudar. 
Com fĂ© que novas coisas iam acontecer, TetĂª, conseguiu fazer dois amigos: ZĂ© e Davi. E mostrou para os leitores da Thalita que Ă© possĂ­vel transformar as coisas a nosso favor, ou melhor, Ă© provĂ¡vel que coisas boas nos aconteçam quando buscamos olhar a vida de outro jeito, com outro foco.
Uma coisa a mais no livro foram as receitas publicadas em cards durante a histĂ³ria. Visto que a moça amava cozinhar e conectou suas receitas ao enredo. Thalita ganhou mais um ponto comigo. Assim como ganhou ao retratar um assunto necessĂ¡rio de forma cĂ´mica e com a devida seriedade. Ela nĂ£o banalizou o tema, como eu sinceramente pensei que aconteceria ao final. Pelo contrĂ¡rio, da metade ao final do livro, vocĂª luta para nĂ£o largĂ¡-lo.
Sendo assim, Confissões de uma garota excluĂ­da, mal-amada e (um pouco) dramĂ¡tica, Ă© um livro gostoso de ler; Ă© aquela histĂ³ria que vocĂª nĂ£o vĂª motivos para nĂ£o se apaixonar. 
"Thalita, obrigada por ter escrito esse livro e ter dado carinho ao coraĂ§Ă£o de tantas meninas"
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O Ano em que Te Conheci
Uma grande amizade pode ser encontrada nos lugares mais inesperados
Cecelia Ahern




Bem-vindos ao mundo imperfeito de Jasmine e Matt.


Vizinhos, eles nĂ£o tĂªm o menor interesse em tornarem-se amigos e nunca haviam se falado antes. Estavam sempre ocupados demais com suas carreiras para manter qualquer tipo de contato.



Jasmine, mesmo sem nunca tĂª-lo encontrado, tem motivos para nĂ£o suportar Matt.



Ambos estĂ£o em uma licença forçada do trabalho e sofrendo com seus dramas familiares. Eles precisam de ajuda. 



Na vĂ©spera de Ano-Novo, os olhares de Jasmine e Matt se encontram de forma inusitada pela primeira vez. Eles tĂªm muito tempo livre e precisam rever seus conceitos para poder seguir em frente.



Conforme as estações do ano passam, uma amizade improvĂ¡vel lentamente começa a florescer.



Uma histĂ³ria dramĂ¡tica, original e divertida como sĂ³ Cecelia Ahern Ă© capaz de escrever.



"Se quiser fazer alguma coisa, vocĂª tem que fazer isso agora. Se quiser dizer alguma coisa, entĂ£o precisa dizer agora. E, principalmente, tem que fazer vocĂª mesmo. A vida Ă© sua, Ă© vocĂª quem vai morrer, Ă© vocĂª quem vai perder."



Editora Novo Conceito 
PĂ¡ginas: 
336
☆☆☆☆



O livro narra um ano na vida de Jasmine, uma mulher de 34 anos, independente, que sĂ³ pensa no trabalho e alimenta um Ă³dio mortal por Matt, seu vizinho problemĂ¡tico. Mas grandes mudanças estĂ£o por vir em uma histĂ³ria dividida pelas estações do ano, um ano de grandes metamorfoses na vida de todos, principalmente na dela. 

Quando vi esse livro na lista de lançamentos da Novo Conceito, eu fiquei louca para ler, gosto dos romances da Cecelia Ahern, o livro chegou junto com vĂ¡rios outros e dei prioridade para ele, achei que o devoraria rapidinho, por ser um livro dela e a premissa ser bem interessante. Mas me enganei, demorei bem mais que esperava para finalizar a leitura. O enredo Ă© lento, com poucos diĂ¡logos, capĂ­tulos longos  e muitas pĂ¡ginas envoltas nos pensamentos de Jasmine, isso me deu a sensaĂ§Ă£o de que o livro tinha bem mais pĂ¡ginas do que realmente possui. Foi uma leitura arrastada.


O livro Ă© ruim Lila? NĂ£o, na verdade Ă© uma boa histĂ³ria, me envolveu e me emocionou vĂ¡rias vezes, derramei algumas lĂ¡grimas e dei boas gargalhadas tambĂ©m! É um livro reflexivo, bem escrito e que conseguiu me tirar da minha zona de conforto. A autora consegue abordar diversos temas no mesmo livro de forma muito natural.  Posso dizer que aprendi bastante sobre relacionamentos, amizade, amor, prioridades e principalmente sobre a sĂ­ndrome de down.

NĂ£o o livro nĂ£o Ă© sobre esse assunto, mas Jasmine tem uma irmĂ£ (Heather) com SĂ­ndrome de Down, o que faz com que o tema seja abordado de forma leve mas muito esclarecedora. Heather Ă© doce, inteligente e muito independente, mas aos olhos da irmĂ£ Ă© frĂ¡gil, o que torna Jasmine super protetora e que de certa forma acaba usando a irmĂ£ como um escudo para praticamente tudo na vida, As duas irmĂ£s sĂ£o pessoas totalmente opostas, mas a relaĂ§Ă£o delas foi a que mais me tocou no livro. Na verdade Heather com sua forma diferente de ver as coisas foi o que me emocionou em toda a histĂ³ria.

Outra coisa que me faz gostar da escrita de Cecelia Ă© ver o amadurecimento dos personagens no decorrer dos capĂ­tulos! Jasmine desabrocha e se abre para a vida juntamente como seu jardim, o mesmo ocorre com Matt, ele conseguiu me cativar. Confesso que demorou, pois sĂ³ podemos o enxergar sob a visĂ£o negativa da protagonista. Ela tem a tendĂªncia a exagerar no seus sentimentos, distorcer as coisa e querer estar sempre certa, o que nĂ£o a torna uma fonte muito confiĂ¡vel.


"Milagres sĂ³ crescem onde vocĂªs os planta."


A ediĂ§Ă£o estĂ¡ muito bonita, amei a capa, o marcador nĂ£o poderia ser mais incrĂ­vel, veio com esse lĂ¡pis com sementes, que deve ser plantado quando nĂ£o for mais utilizado, uma forma de devolver a natureza o que foi retirado dela, achei uma ideia fantĂ¡stica e casou muito bem com a proposta do livro. JĂ¡ que o jardim se torna como um personagem fundamental em O Ano em que Te conheci. A Novo Conceito nĂ£o poderia ter criado uma proposta melhor! Amei!

"Se nĂ£o fosse por vocĂª, eu teria me sentindo sozinho demais. Eu nunca me senti sozinho em sua companhia, nem por um segundo."

Embora eu tenha criado expectativas altas demais sobre o livro, eu o recomendo! É uma histĂ³ria que merece ser lida, mas nĂ£o espere nada de reviravoltas ou coisas mirabolantes, o enredo Ă© bem real, envolvente, humano e  daqueles que vocĂª lĂª e quer logo mudar algo em sua vida. NĂ£o importa o terreno, permita-se florescer. 


"Posso pensar em quatro momentos transformadores para mim: o ano em que nasci, o ano em que soube que ia morrer, o ano em que minha mĂ£e morreu e agora tenho um novo, o ano em te conheci."
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A GRANDE RECLUSA

Cesar Heitor

NĂ£o, a Lila nĂ£o pode citar Dickinson no blog. Fico com ciĂºmes. EMILY DICKINSON (1830-1866) que nunca se casou talvez porque eu ainda nĂ£o havia nascido, deixou um legado de 1.750 poemas, todos escritos a partir de 1850 em sua voluntĂ¡ria reclusĂ£o aos seus vinte belos anos.
A poeta nasceu na AmĂ©rica sete anos antes do inĂ­cio do longo reinado da Rainha VitĂ³ria na Inglaterra (1837-1901) cuja cultura influenciava a sociedade americana ao ponto de introduzir, por exemplo, dentre as regras de etiqueta, uma moça nĂ£o interagir socialmente com os homens, devendo sempre que possĂ­vel ignorar mesmo os conhecidos ao cruzar com eles. 
Compreendo perfeitamente que tenha se poupado de uma sociedade que ela reprovava. Nascida em 10 de dezembro de 1830, em Amherst, Massachusetts, Estado Unidos, filha de uma famĂ­lia abastada que, dela, enquanto mulher, esperava exatamente isso: discriĂ§Ă£o e submissĂ£o social a uma imensa lista de a mulher nĂ£o pode isso, aquilo e aquilo outro.
Ao invĂ©s de brigar em campo aberto, exatamente por ter uma personalidade tĂ£o forte, ela se fechou e se reinventou em inesquecĂ­veis versos. 
Um exemplo? Cursando o famoso The South Female Seminary, abandonou o lugar apĂ³s se recusar, publicamente, declarar sua fĂ©.
Em uma viagem Ă  FiladĂ©lfia, E. D. conheceu o clĂ©rigo Charles Wadsworth, entĂ£o com 41 anos. A WikipĂ©dia menciona que “alguns crĂ­ticos creditam a Wadsworth, como sendo o alvo de grande parte dos poemas de amor escritos por ela”. 
VĂ¡ saber. Acho que seu verdadeiro amor era mesmo a poesia. Ela disse certa vez:
“If I read a book and it makes my whole body so cold no fire can ever warm me, I Know that is poetry.”1 
Em vida, Dickinson nĂ£o publicou mais do que dez poemas, alguns deles anonimamente. Morta, sua poesia liberou-se e imortalizou-se com ela. É impossĂ­vel separar sua vida de sua obra. Ela Ă© cada um de seus poemas, Ă© a poesia em pessoa. 
JĂ¡ nĂ£o esconde mais o seu amor. EstĂ¡ pronta para deitar com ele:
Ample make this bed.
Make this bed with awe;
In it wait till judgment break
Excellent and fair.
Be its mattress straight,
Be its pillow round;
Let no sunrise’ yellow noise
Interrupt this ground.


1"Se eu ler um livro e ele faz todo o meu corpo tĂ£o frio nenhum fogo pode me aquecer, eu sei que Ă© poesia."
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Por: Lila Motta

Olha sĂ³ quem estĂ¡ viva e resolveu dar as caras aqui no blog, sim euzinha, a prĂ³pria! Passei rapidinho para indicar um filme bem bacana para vocĂªs, como vocĂªs jĂ¡ sabem, eu amo filmes sobre o Holocausto e apĂ³s uma rĂ¡pida pesquisa eu criei uma lista com alguns filmes envolvendo o tema que preciso assistir, assim que finalizar eu postarei ela para vocĂªs com minhas impressões. O filme da vez Ă© o A Escolha de Sofia!




Em 1947 Stingo (Peter MacNicol), um jovem aspirante a escritor vindo do sul, vai morar no Brooklyn na casa de Yetta Zimmerman (Rita Karin), que alugava quartos. LĂ¡ conhece Sofia Zawistowska (Meryl Streep), sua vizinha do andar de cima, que Ă© polonesa e fora prisioneira em um campo de concentraĂ§Ă£o e Nathan Landau (Kevin Kline), seu namorado, um carismĂ¡tico judeu dono de um temperamento totalmente instĂ¡vel. Em pouco tempo tornam-se amigos, sendo que Stingo nĂ£o tem a menor idĂ©ia dos segredos que Sofia esconde nem da insanidade de Nathan.






No filme, “A escolha de Sofia”, de 1982, Ă© mostrada a tragĂ©dia de uma mĂ£e que, presa num campo de concentraĂ§Ă£o na Alemanha, Ă© obrigada a decidir em cinquenta e cinco segundos qual dos seus dois filhos serĂ¡ sacrificado, mas se nĂ£o escolher, ambos morrerĂ£o. Sofia, com a filha de oito anos nos braços e o filho de dez segurando a sua perna, tem que tomar a decisĂ£o, pois ela nĂ£o tinha a opĂ§Ă£o de salvar os dois filhos. Imagine o sofrimento psĂ­quico dessa mĂ£e diante da “escolha” mais importante de sua vida, mas, seja ela qual for, marcarĂ¡ o seu destino com culpa por ter feito aquela escolha.





A Escolha de Sofia Ă© um filme diferente dos que jĂ¡ assisti que tratam direta ou indiretamente sobre o Holocausto, alĂ©m desse tema, ele aborda temas difĂ­ceis que vĂ£o desde relacionamentos abusivos, esquizofrenia, atĂ© a motivaĂ§Ă£o principal do enredo: ESCOLHAS, como o prĂ³prio tĂ­tulo anuncia. Escolhas que um ser humano faz, a culpa que pesa e nos modificam profundamente.

Qual o tamanho do vazio da alma dessa mulher? O que a levou a fazer tal escolha? Cabe alguma analise ou julgamento nisso? As mĂ£es jĂ¡ carregam em si o estigma da culpa, Ă© inimaginĂ¡vel a tortura interna de Sofia. A escolha infringida a ela foi tĂ£o forte que a expressĂ£o se transformou em sĂ­mbolo de escolha impossĂ­vel.



Qual a melhor forma de suportar? AutopuniĂ§Ă£o ou redenĂ§Ă£o? Vejo o envolvimento de Sofia com Nathan mais como uma tentativa desesperada de tentar salvar alguĂ©m do que como uma autopuniĂ§Ă£o, embora tambĂ©m o seja.

Meryl Ă© irrefutavelmente uma das maiores atrizes de todos os tempos, ela ganhou seu segundo Oscar por sua atuaĂ§Ă£o nesse filme, mas merecia a Academia inteira! O elenco todo com atuações primorosas, destaque para Kevin Kline que no meu ver foi muito brilhante na pele do instĂ¡vel Nathan.

Maravilhosa


O filme Ă© uma adaptaĂ§Ă£o do romance homĂ´nimo escrito por William Styron e publicado em 1979 e que acabou de entrar para a lista infinita de livros que preciso ler!



"Faça larga esta Cama –
Com DevoĂ§Ă£o a faça –
Para nela esperar pela Sentença
Definitiva e exata.

Justo o ColchĂ£o lhe fique –
Cheio o seu Travesseiro –
Que o barulho dourado da Alvorada
NĂ£o perturbe este Leito."

Emily Dickinson


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Por Ingrid Faria

"Good morning, and in case I don't see you good afternoon, good evening and good night"

O Show de Truman Ă© um dos poucos filmes atemporais que jĂ¡ vi. Este foi estrelado por Jim Carrey em 1998 e dirigido por Peter Weir.
Mas porque ele pode ser considerado atemporal? Simplesmente por ter em um Ăºnico filme teses sobre cristianismo, a falta de privacidade que temos e, principalmente, existencialismo.
No existencialismo, o indivĂ­duo se sente confuso em relaĂ§Ă£o a realidade que vive, pois acredita que a mesma Ă© um absurdo e algo sem sentido. O principal filĂ³sofo dessa corrente filosĂ³fica foi Kierkegaard. 
E foi exatamente isso que acontece com Truman, interpretado por Jim Carrey, que tem sua vida gravada em reality show desde quando nasceu e ele nunca soube disso. Logo, o filme mostra a descoberta de Truman, apĂ³s seu aniversĂ¡rio de trinta anos, diante dessa realidade e o diretor conseguiu colocar sutis propagandas no dia a dia de Truman que precisa estar atento para perceber. 
Peter fez um bom trabalho, mas preciso tambĂ©m dar os crĂ©ditos nĂ£o sĂ³ a Jim Carrey, como tambĂ©m para Laura Linney (Sylvia) uma namorada de Truman que luta por sua saĂ­da do programa.

Truman Ă© um cara como qualquer outro que a mĂ­dia o transformou em importante porque passou a transmitir suas 24h (menos as cenas de sexo, como reclama um policial no filme). Ele trabalha em uma companhia de seguros e tem uma bela esposa, entĂ£o Ă© meio psicĂ³tico pensar em como isso faria sucesso em um reality show, mas nĂ³s sabemos que faz muito sucesso.



Na minha opiniĂ£o (e quem viu o filme, favor comentar sua observaĂ§Ă£o deste ponto) os primeiros vinte minutos poderiam ter sido melhor explorados, mesmo assim o filme vale muito a pena. NĂ£o sĂ³ pela reflexĂ£o que lhe traz, mas tambĂ©m pela genialidade do roteiro que Jim Carrey brilhou. 

PS: Robin Williams foi cogitado para o papel, mas Jim Carrey lembrava mais Charles Chaplin, de acordo com o diretor, e por isso acabou ficando com o papel.
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Por Ingrid

As pessoas nĂ£o me levam a sĂ©rio quando digo que nunca tinha assistido a Pretty woman traduzido como "Uma linda mulher", mas faço questĂ£o de falar sobre ele no blog porque foi um excelente filme para uma quinta-feira. Ou pra qualquer outro dia que vocĂª vĂ¡ assisti-lo.

Uma linda mulher estreado no Brasil em 1990 (mesmo ano que estreou Sociedade dos poetas mortos e Ghost) conta a histĂ³ria de um magnata chamado Edward Lewis perdido em Los Angeles, mais precisamente na Hollywood Boulevard, que encontra uma prostituta chamada Vivian e a contrata por uma semana para lhe fazer companhia. 


A prostituta Ă© representada por Julia Roberts (aquela atriz maravilhosa que jĂ¡ ganhou oscar de melhor atriz em Erin Brockovich) e o magnata interpretado por Richard Gere (o ator grisalho lindo que namora uma menina 33 anos mais nova que ele).
AlĂ©m deles ainda faz o papel de David Morse o ator Alex Hyde-White que fez O fantasma da Ă“pera. 
Ou seja, temos um elenco digno de um filme de sucesso. AtĂ© porque um diretor pode atĂ© ter uma excelente ideia, mas o filme tambĂ©m Ă© regado por bons atores que conseguem colocar verdadeiramente a ideia do diretor em prĂ¡tica. 

O que encanta na histĂ³ria Ă© a simplicidade do enredo e a ingenuidade de Vivian e isso o torna cativante. AlĂ©m do mais, Edward a trata cordialmente e por vezes ela nĂ£o sabe lidar com isso. A conclusĂ£o que tiramos Ă© que Ă© uma mulher vĂ­tima da sociedade, acorrentada em escolhas que a remetem a busca pela sobrevivĂªncia. O que Ă© fatalmente triste, tornando mais uma pitada Ă  histĂ³ria. 

Dizem que os anos 90 foi a Ă©poca do ouro do cinema americano e acabo concordando ao me deparar com esse filme. Claro, ele nĂ£o vai transformar sua mente e te fazer ter uma autoreflexĂ£o de vida, mas vale a pena cada minuto assistido. De vez em quando Ă© bom assistir um clĂ¡ssico romance.


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JĂ¡ faz um tempo que a gente nĂ£o se fala. É esse orgulho bobo que me impede de te ligar sĂ³ pra dizer boa noite, que estou com saudade e quero te ver, ou quem sabe um eu te amo disfarçado de mensagens de bom dia. 

Esse orgulho sufoca a saudade, mas nĂ£o pode ser maior que o sentimento que me faz sorrir ao reler nossas conversas, que faz meu coraĂ§Ă£o acelerar ao ouvir seu nome, nĂ£o pode ser maior que o desejo de te ter aqui. Quando eu penso em vocĂª, sĂ³ penso em nĂ³s. 

Volta e meia me pego sorrindo olhando sua foto e percebo o quanto quero falar contigo, mas, a Ăºltima ligaĂ§Ă£o foi minha, a Ăºltima mensagem fui eu quem mandou. Mais uma vez escuto meu orgulho dizendo que vocĂª nĂ£o se importa e Ă© melhor deixar pra lĂ¡. 

Eu queria sĂ³ por minuto silenciar o meu orgulho e dizer que te amo, mas nĂ£o. Prefiro escrever com a esperança de que vocĂª leia e saiba que esse texto Ă© pra vocĂª, e entĂ£o quem sabe me ligue sĂ³ pra dizer boa noite.
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Por Ingrid

Um livro curto e perfeito para aprender sobre a importĂ¢ncia do feminismo. A Nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, autora de Hibisco Roxo (um livro no topo da lista de desejados), nos ensina em poucas palavras que o importante nĂ£o Ă© ensinar uma menina como se portar dentro da sociedade e sim que os meninos precisam respeitar as meninas (do mesmo modo que precisa respeitar os outros). 

"Perdemos muito tempo ensinando as meninas a se preocupar com o que os meninos pensam delas. Mas o oposto nĂ£o acontece. NĂ£o ensinamos os meninos a se preocupar em ser "benquistos". Se, por um lado, perdemos muito tempo dizendo Ă s meninas que elas nĂ£o podem sentir raiva ou ser agressivas ou duras, por outro, elogiamos ou perdoamos os meninos pelas mesmas razões."

Ser feminista Ă© diferente de ser feminazi e quando utilizamos esse termo pejorativo acabamos deturpando o sentido dessa luta.

E se vocĂª quer ajudar a nĂ³s, mulheres, a termos voz no mundo e nĂ£o modificarmos nossas falas e gestos para agradar o outro, pode começar baixando esse livro. Eu li atravĂ©s do programa Amazon Kindle que custa 20,00 por mĂªs e chamamos carinhosamente de "Netflix dos livros". Vale a pena pelo acervo disponĂ­vel, incluindo esse livro recomendadĂ­ssimo para que sejamos todos feministas. 

"A questĂ£o de gĂªnero Ă© importante em qualquer canto do mundo. É importante que comecemos a planejar e sonhar um mundo diferente. Um mundo mais justo. Um mundo de homens mais felizes e mulheres mais felizes, mais autĂªnticos consigo mesmos."

A autora começa nos contando que seu melhor amigo, Okuloma, foi o primeiro a chamĂ¡-la de feminista e por mais que ela nĂ£o sabia, em um primeiro momento, o significado da palavra, ela tomou pra si como uma coisa boa e continuou se revoltando com as injustiças que as mulheres sofrem diariamente. Como na NigĂ©ria, onde ao chegar em um restaurante apenas o homem Ă© cumprimentado. E como ela mesma disse: a mulher nĂ£o pode ser cumprimentada? SĂ³ pelo fato de ser mulher?
Nesse mesmo paĂ­s, as mulheres sĂ£o mal vistas quando andam sozinhas como em outros paĂ­ses do Oriente MĂ©dio e nĂ£o podemos cruzar os braços diante dessa situaĂ§Ă£o.

O diĂ¡logo Ă© importante entre as mulheres. O problema de um, Ă© de todas nĂ³s e Ă© isso que torna o feminismo importante. 


SINOPSE: Chimamanda Ngozi Adichie ainda se lembra exatamente da primeira vez em que a chamaram de feminista. Foi durante uma discussĂ£o com seu amigo de infĂ¢ncia Okoloma. "NĂ£o era um elogio. Percebi pelo tom da voz dele; era como se dissesse: ‘VocĂª apoia o terrorismo!’". Apesar do tom de desaprovaĂ§Ă£o de Okoloma, Adichie abraçou o termo e - em resposta Ă queles que lhe diziam que feministas sĂ£o infelizes porque nunca se casaram, que sĂ£o "anti-africanas", que odeiam homens e maquiagem - começou a se intitular uma "feminista feliz e africana que nĂ£o odeia homens, e que gosta de usar batom e salto alto para si mesma, e nĂ£o para os homens". 
Neste ensaio agudo, sagaz e revelador, Adichie parte de sua experiĂªncia pessoal de mulher e nigeriana para pensar o que ainda precisa ser feito de modo que as meninas nĂ£o anulem mais sua personalidade para ser como esperam que sejam, e os meninos se sintam livres para crescer sem ter que se enquadrar nos estereĂ³tipos de masculinidade. Sejamos todos feministas Ă© uma adaptaĂ§Ă£o do discurso feito pela autora no TEDx Euston, que conta com mais de 1 milhĂ£o de visualizações e foi musicado por BeyoncĂ©. 
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Por Cesar Heitor

        Em 13th (No Brasil, A 13ª EMENDA), documentĂ¡rio de AVA DUVERNAY em exibiĂ§Ă£o na NETFLIX a resposta Ă© clara: nĂ£o, nĂ£o acabou.
O sistema penal americano admite o trabalho escravo como puniĂ§Ă£o ao rĂ©u, o que torna a 13ª Emenda Ă  ConstituiĂ§Ă£o americana uma contradiĂ§Ă£o em si mesma.
O texto original diz:
Section 1. Neither slavery nor involuntary servitude, except as a punishment for crime whereof the party shall have been duly convicted, shall exist within the United States, or any place subject to their jurisdiction.
Section 2. Congress shall have power to enforce this article by appropriate legislation.
SecĂ§Ă£o 1. NĂ£o haverĂ¡, nos Estados Unidos ou em qualquer lugar sujeito Ă  sua jurisdiĂ§Ă£o, nem escravidĂ£o, nem trabalhos forçados, salvo como puniĂ§Ă£o por um crime pelo qual o rĂ©u tenha sido devidamente condenado.
SecĂ§Ă£o 2. O Congresso terĂ¡ competĂªncia para fazer executar este Artigo por meio das leis necessĂ¡rias.
       Acontece que a exceĂ§Ă£o Ă  regra virou a regra. Uma vez que vocĂª entre no sistema dele se torna escravo, para sempre. A cadeia Ă© um bom negĂ³cio para muitos. Principalmente para os que as constroem e exploram como um negĂ³cio qualquer da iniciativa privada, terceirizaĂ§Ă£o do papel do Estado. Mas, o Estado, ele mesmo conta com essa mĂ£o-de-obra que lhe dĂ¡ lucro nĂ£o sĂ³ porque estĂ¡ ali presa e fazendo trabalhos forçados. Mesmo que nĂ£o trabalhasse ainda assim daria lucro. O encarceramento em massa Ă© uma polĂ­tica de Estado que dĂ¡ lucro a empresĂ¡rios e muitos dividendos polĂ­ticos.
       O filme nĂ£o faz uma leitura superficial da realidade. Pelo contrĂ¡rio, toca na ferida. O sistema foi montado para encarcerar o negro. Mesmo a propalada guerra contra as drogas das administrações NIXON e REGAN, na verdade, serviu para combater ao prĂ³prio negro que, por suas condições histĂ³ricas de pobreza, discriminaĂ§Ă£o e vulnerabilidade estĂ¡ muito mais sujeito do que o branco tanto ao vĂ­cio como ao trĂ¡fico.
       A ConstituiĂ§Ă£o brasileira nĂ£o admite pena de trabalhos forçados (art. 5º, XLVII, “c”), o que nĂ£o quer dizer muita coisa, porque esta Ă© uma senhora que nem sempre o que diz se escreve, sendo de domĂ­nio pĂºblico como sĂ£o tratados nossos presos, sobretudo os que fazem parte da populaĂ§Ă£o mais pobre da sociedade, a grande maioria dos encarcerados.
       Nos Estados Unidos tambĂ©m parece ser assim. O acesso a julgamentos, por seu alto custo, estĂ¡ restrito aos que podem pagar por isso. A prĂ³pria fiança, estipulada para que se possa responder ao processo em liberdade, nem sempre (ou quase nunca) pode ser paga pela populaĂ§Ă£o encarcerada mais pobre. Logo, pessoas hĂ¡ que nĂ£o saem da prisĂ£o apenas porque nĂ£o tĂªm dinheiro para pagar a fiança.
       Ora, a administraĂ§Ă£o da Justiça nĂ£o pode ser uma questĂ£o de dinheiro.
       PĂ©ssimos acordos sĂ£o feitos pelos rĂ©us como atalho para sair da prisĂ£o o mais rĂ¡pido possĂ­vel, assim como sĂ£o frequentemente intimados a aceitar os acordos porque, inibindo o acesso Ă  Justiça e desestimulando o exercĂ­cio do direito de petiĂ§Ă£o, a lei admite a aplicaĂ§Ă£o da pena mĂ¡xima para aquele que se arriscar a ir a julgamento.
       Ă‰ como a delaĂ§Ă£o premiada, em moda no Brasil. A prisĂ£o em que se encontra o delator torna irresistĂ­vel a seduĂ§Ă£o do instituto, sua oferta.
       NĂ£o Ă© uma escolha justa, do mesmo modo que nĂ£o Ă© justo obrigar o jovem negro assumir um crime que nĂ£o cometeu para que possa receber uma pena que consiga suportar.
O filme Ă© muito bom. Recomendo-o enfaticamente, considerando de assistĂªncia obrigatĂ³ria para os operadores do Direito, quer Magistrados, advogados ou estudantes.
       Mas nĂ£o sĂ³. Escrevo essa resenha, contando mais uma vez com a bondade da Lila para publicĂ¡-la, porque considero imprescindĂ­vel falar sobre o assunto. Esse filme deve ser assistido por todo aquele que estĂ¡ disposto a nĂ£o olhar seu prĂ³ximo como seu inimigo, mesmo quando ele estĂ¡ na prisĂ£o.
A Décima Terceira Emenda. Foto tirada da internet.

       A polĂ­tica de encarceramento em massa, praticada em grande escala (nos Estados Unidos, mas nĂ£o apenas lĂ¡) parece dividir o mundo entre os que tĂªm razĂ£o e os que nunca podem tĂª-la, seja porque nĂ£o tĂªm dinheiro, seja porque nĂ£o tĂªm cultura, seja porque a HistĂ³ria os pĂ´s em um gueto, seja porque mais cedo ou mais tarde – por conta disso ou daquilo ou disso tudo - acabarĂ£o por fazer escolhas erradas, recolhendo-se a prisĂ£o.
      AliĂ¡s, a fome, a misĂ©ria e o gueto tambĂ©m sĂ£o formas de prisĂ£o, convĂ©m lembrar.
      Com um mundo cada vez mais dividido entre os que estĂ£o presos e os que estĂ£o soltos, os supostamente livres e os capturados pelo Estado e seu sistema penal, os escravos, Ă© preciso tomar posiĂ§Ă£o para o debate e responder a seguinte pergunta:
      De que lado vocĂª estĂ¡?

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Sinopse: Conta a intrigante histĂ³ria de JĂºlia, uma mulher moderna, inteligente e linda que sabe ser interessante e agradar. 
Começa com a despedida de solteiros, que ela e o noivo AndrĂ©s, um rico empresĂ¡rio espanhol, promovem, deliciando todos os convidados. Em seguida, acontece o casamento comparado aos contos de fadas; o evento mais divulgado e comentado da Ă©poca. A lua de mel incrĂ­vel e deslumbrante em Punta del Este e a volta, quando ela assume sua posiĂ§Ă£o de sĂ³cia nos negĂ³cios do marido.
Apesar de toda a riqueza, JĂºlia sente falta do tempo que era apenas gerente de uma academia de ginĂ¡stica e encantava os alunos com suas aulas de dança.
Astuta, ela consegue unir seus dois mundos e agora se vĂª envolvida com os dois homens mais importantes da sua vida.
E ela nĂ£o quer desistir de nenhum…

Skoob

Livro: Caminhos do Prazer
Autores: Alexandre Fraenkel e Simone Fraenkel
NĂºmero de PĂ¡ginas: 208
Editora: Giostri.
Compre aqui.


                                    



2016, um ano de ricas surpresas literĂ¡rias! Desde que li Cinquenta Tons de Cinzas venho afirmando que nĂ£o gosto de livro erĂ³tico, mas esse ano jĂ¡ li trĂªs livros do gĂªnero e gostei de todos, dois deles foram escritos por Alexandre Fraenkel e Simone Fraenkel. E o primeiro do casal, Receitas do prazer foi o que abriu essa porta que hĂ¡ muito tempo eu havia trancado e jogado a chave fora, graças a ele eu dei uma nova chance para o gĂªnero e nĂ£o me arrependo! Para conferir a resenha completa de Receitas do prazer, basta clicar
AQUI.








Agora vamos ao que interessa, apresento a vocĂªs o livro Caminhos do Prazer, a continuaĂ§Ă£o do delicioso Receitas do Prazer e como Ă© uma sequĂªncia, vocĂª poderĂ¡ encontrar spoilers do primeiro livro.

JĂºlia Ă© uma mulher forte, independente e bem resolvida em todos os sentidos, ela Ă© livre, gosta de sentir prazer e nĂ£o sente culpa nenhuma por isso! Conhecedora do seu poder de seduĂ§Ă£o, ela o usa sem pudor algum. Bem sucedida, bem amada, linda e poderosa. Temos fĂ£s do poderoso Grey aqui? Pois saibam que eu me identifiquei mais com a poderosa JĂºlia.

Nessa sequĂªncia ela se casa com o homem dos seus sonhos e de muitas de nĂ³s, o relacionamento com seu "CapitĂ£o" Ă© tĂ£o perfeito que confesso que cheguei a achar que o livro nĂ£o teria mais nada a acrescentar, quando achei que ia perder o interesse coisas bem interessantes começaram a acontecer e nĂ£o pararam mais. O livro conseguiu manter o padrĂ£o do primeiro e me prendeu o tempo todo. Muitos autores se perdem na sequĂªncias, mas Alexandre e Simone conseguiram manter a histĂ³ria toda bem amarrada e cheia de reviravoltas, fazendo o leitor devorar cada novo capitulo vorazmente.

O enredo Ă© uma jornada mais que prazerosa, com personagens pra lĂ¡ de sexys e apaixonantes, recheado com momentos extremamente picantes, capazes de fazer vocĂª corar mesmo sozinho, esse livro Ă© leitura obrigatĂ³ria para fĂ£s de livros hots.

Achei o desfecho ousado e corajoso. Peguei alguns detalhes que me deixaram desconfiada dos rumos que a histĂ³ria irĂ¡ tomar no segundo livro e nĂ£o nego, estou mega curiosa para saber o que os autores reservam para Julia, Miguel e Andres. Sei que posso esperar qualquer coisa vindo deles, pois desde o primeiro livro eles nĂ£o pararam de me surpreender.

Notei que o projeto grĂ¡fico do segundo livro melhorou muito em relaĂ§Ă£o ao primeiro, mesmo simples a capa estĂ¡ mais bonita, o livro tem orelhas e uma diagramaĂ§Ă£o muito bonita. A Editora pecou somente na revisĂ£o, encontrei 3 erros de digitaĂ§Ă£o, nada que atrapalhe a leitura ou diminua o valor da obra, Ă© que meus olhos nĂ£o deixam passar mesmo e minhas resenhas sĂ£o sempre honestas.


Enfim, nĂ£o poderia finalizar de forma diferente do que como finalizei a resenha do primeiro livro, recomendo para todos, maiores de dezoito Ă© claro, para fĂ£s do gĂªnero e para aqueles que assim como eu acham que nĂ£o gostam, vocĂª pode descobrir que apenas nĂ£o encontrou ainda o livro certo! Eu tive uma excelente surpresa.

         DedicatĂ³ria mas fofa da vida, de todos os livros que jĂ¡ recebi de escritores essa Ă© a mais linda. 



Gostaria de agradecer a confiança e o carinho dos autores, me emocionei muito com a dedicatĂ³ria de vocĂªs,parabĂ©ns pelo trabalho e a sintonia do casal. Essa trilogia jĂ¡ tem um lugar especial no meu coraĂ§Ă£o e claro que na minha estante tambĂ©m! Continuem escrevendo e sendo esse diferencial na literatura nacional, ganharam uma leitora fiel!


Informações sobre o livro:
fraenkel.com.br
www.facebook.com/asfraenkel
www.instagram.com/simonefraenkel






"Ele conhece o corpo dela com riqueza de detalhes. Jamais admitiria esquecer algum! Cada curva, cada mĂºsculo, cada reentrĂ¢ncia; parece atĂ© poder sentir seu cheiro, que Ă© melhor do que qualquer perfume."


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AlguĂ©m que gosta de escrever e esparramar seus devaneios! Mulher sonhadora de pĂ©s do chĂ£o, bookaholic, cinĂ©fila, apaixonada por tudo que Ă© ligado a cultura!

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