E qual o problema de escrever sobre os desamores que se viveu, de fechar no papel as feridas que ainda sangram no peito? Problema nenhum! O problema Ă© quando a gente nĂ£o consegue seguir, nĂ£o consegue escrever dos amores bonitos e que nos fazem sorrir, que nos trazem aquela leveza de quem mesmo podendo voar encontrou pouso.
O problema Ă© quando a gente se vĂª numa mĂºsica do Gusttavo Lima que tinha tudo pra ser sobre alguĂ©m legal que viu beleza mesmo num coraĂ§Ă£o quebrado e que estava ali, inteira e pronta pra juntar os pedaços, mas mesmo assim Ă© sobre quem partiu o coraĂ§Ă£o. Uma mĂºsica que nĂ£o diz nada sobre quem chegou, apenas sobre quem escolheu ir.
EntĂ£o eu pergunto: Por que nĂ£o cantar, escrever, dizer de quem chegou agora? Que com jeito manso, ou talvez avassalador, tomou um espaço que a gente nem sabia que tinha no coraĂ§Ă£o. Que colocou ordem na bagunça, ou bagunçou tudo ainda mais, mas que de um jeito Ăºnico, fez tudo novo.
Por que nĂ£o dizer dos amores que sejam como forem, fazem bem? Por que nĂ£o falar dos sorrisos, das brincadeiras, dos beijos, ainda que sĂ³ sonhados, dos passeios de mĂ£os dadas, das mordidas (ah eu sei que vocĂªs tambĂ©m fazem isso), dos abraços, de tudo que Ă© leve?
E foi sĂ³ por pensar tanto nisso que tirei os fones, desliguei a mĂºsica e te liguei pra saber quando Ă© que eu vou te ver. Espero que nĂ£o ache ruim se te usar como inspiraĂ§Ă£o pra escrever, Ă© que minha poesia sempre Ă© mais bonita quando Ă© sobre vocĂª.
Cris Santos