Ano: 2015 / Páginas: 296 Editora: Butterfly Tara Taylor Lorna Schultz Nicholson |
O que você faria para se encaixar em padrões estabelecidos?
Indigo Russell faz tudo para parecer uma adolescente normal para se encaixar em algum lugar no mundo. E por isso se esconde desde que descobriu seu dom há alguns anos. Mas Indie não é "normal" por mais que odeie isso, ela é diferente e especial. Indie é sensitiva, tem visões, e visões que lhe permitem ver o futuro, também consegue ver e falar com mortos, segredo que somente sua família e sua melhor amiga, Lacey sabem.
Lacey é sua melhor amiga, mas a amizade das duas será abalada quando nossa protagonista vê o namorado da amiga com outra garota em uma de suas visões. Como lidar com a situação? Contar a amiga? Esconder mais esse segredo? Em meio a todos esse problemas de aceitação Indie se aproxima de John, um solitário e enigmático garoto, recém-transferido para sua escola, as visões se intensificam, ameaçando não só para alterar a vida dos outros, mas também expor seu segredo tão bem guardado até agora.
''Ele me amava. Só podia ser. Nunca tinha verbalizado, mas aquele presente era um prova. Eu queria ficar para sempre ao lado dele. Dizer que meu coração estava disparado naquele momento era pouco. Ele quase saltava do peito.''
A capa é linda, muito atrativa e condiz com o conteúdo, a diagramação esta impecável. No fim do livro temos uma entrevista que a Lorna fez com a Tara, já que a história foi inspirada em algumas situações pelas quais a Tara passou.
"Não se odeie por ser quem é."
''Eu me odiava. Odiava ser daquele jeito. Odiava aquelas visões. Odiava ver pessoas mortas. E odiava magoar as pessoas a quem amava.''
O que mais gostei no enredo foi a questão da paranormalidade e do sobrenatural, mas achei que poderia ter sido mais bem explorada, pois temática do livro é muito interessante, por ser inspirada na historia da autora Tara, por falar de pessoas sensitivas e situações pouco vivenciadas pelos leitores. A linguagem é bem juvenil, a historia é narrada em primeira pessoa, a escrita das autoras é leve e a leitura rápida.
O livro me incomodou em alguns sentidos. Gosto de personagens fortes e Indie ainda é adolescente e não consegue ver o dom que carrega consigo, vê sempre as coisas pelo lado negativo e é extremamente insegura. Então isso acabou me incomodando um pouco. Outro ponto que me incomodou foi a normalidade que as autoras retrata os relacionamentos abusivos que aparecem no livro, principalmente por se tratar de adolescentes envolvidos. Achei as relações muito frágeis, principalmente a amizade que Indie superestimava. Por outro lado, os personagens são bem humanos e reais, cheios de falhas e buscam uma forma de lidar com isso.
"Não se odeie por ser quem é."
O livro tem sequência intitulada Becoming Indigo que ainda não foi lançada aqui no Brasil, espero que nela Indie venha mais confiante, passa por uma verdadeira autodescoberta e se valorize mais. Eu estou bem curiosa com a continuação, espero que seja lançada em breve, pois ficaram muitas pontas soltas que precisam ser esclarecidas e quero conhecer o desfecho dos personagens. Mesmo com os pontos negativos eu recomendo que leiam e tirem suas próprias conclusões, vi que muitas pessoas amaram o livro e foi pelas resenhas positivas delas que solicitei ele para resenha da Editora Butterfly. Em uma escala de 1 a 5 eu daria nota 4 para o livro.
''Eu me odiava. Odiava ser daquele jeito. Odiava aquelas visões. Odiava ver pessoas mortas. E odiava magoar as pessoas a quem amava.''